Textos
Alguns trabalhos abordando temas diversos, recentemente publicados em jornais e revistas, com suas referências bibliográficas.
SUGESTÕES PARA MUSEUS EM CABO VERDE

Garantes da identidade cultural dos povos (ou das comunidades), pelo seu papel de preservação, valorização e promoção dos patrimónios, os museus são privilegiados centros de informação e de comunicação, além de, numa forma complementar, constituírem instrumentos do diálogo intercultural, que pode facilitar a compreensão das sociedades.

Acontece que, alcançada a Independência Nacional, Cabo Verde enfrentou diversos problemas relacionados com a reorganização político-económica, levando que, na altura as áreas da cultura (em geral) e da preservação do património (em particular) fossem, de certo modo, relegadas para um plano secundário.

No entanto, ultrapassada aquela fase e não tendo o país herdado do período colonial qualquer estrutura museológica, impõe-se dar maior atenção ás questões da defesa, conservação e reanimação das nossos testemunhos histórico-culturais, visto neles se entrecruzarem diversas facetas de manifestações sócioculturais num encontro/reencontro da memória colectiva cabo-verdiana.

Assim, a conservação e valorização dos elementos mais representativos da génese e evolução da sociedade cabo-verdiana inscreveram-se no reforço das suas bases sócioculturais, com vista á reafirmação da Identidade Nacional num sentido dinâmico e conjugado com o desenvolvimento sustentável/integrado.

A experiência museológica é, portanto, ainda bastante limitada em Cabo Verde, mas apesar da escassez do meios humanos e matérias, verifica-se a preocupação em desenvolver uma politica museal que, para além das outras funções específicas do museu, tenha em vista a sensibilização da população para a defesa e valorização do nosso património histórico-cultural.

No entanto, o facto de se estar  a iniciar em Cabo Verde um trabalho praticamente do zero nessa área, por certo possibilitará o estabelecimento de melhores coordenadas para uma coerente política organizativa com acertadas bases técnico-científicas, sem improvisações fragmentarias e evitando transplantar para o arquipélago experiências estrangeiras sem prévias reflexões e as necessárias adaptações aos particularismos destas ilhas.

 

Contudo, na definição de uma política museológica, visando tipologias para os diversos museus e o respectivo papel da sóciocultural, há que ter presente as transformações ultimamente ocorridas no âmbito da museologia e da museografia, pois a sua implementação exige um debate crítico e a partilha de conhecimentos interdisciplinares, numa prática saudável para a solução dos problemas e selecção de prioridades, segundo critérios que satisfaçam as expectativas das populações e as estratégias do desenvolvimento.

 

Face ás tendências da museologia contemporânea, convém salientar que o novo conceito de museu deixou de ser um “depósito” de objectos histórico-culturais, destinados a servir determinadas elites, para se constituir numa instalação dinâmica, empenhada não apenas na conservação, como também na comunicação/divulgação, na formação/educação e, ainda, no reforço das relações com a   comunidade onde estiver inserida (na medida em que a museologia é também uma forma de comunicar).

Nesta acepção o museu será entendido como uma instituição ao serviço da sociedade, da qual formará parte integrante e em que a herança cultural dos povos constitui um recurso a ser potenciado para fins sociais e culturais. Cultura e Desenvolvimento são neste sentido não só compatíveis como indissociáveis no caso em apreço.

Tendo como o pano do fundo tais pressupostos, a concepção de uma política museológica para Cabo Verde exige que se ultrapassem as rotinas na redefinição dos objectivos e estratégias, através de um trabalho criativo, transdisciplinar e verdadeiramente responsável, com a colaboração de todos os interessados.

Para tanto mostram-se aconselháveis estudos prévios, que conduzam a “documentos de orientação” que assegurem aos futuros museus cabo-verdianos a necessária dinâmica a partir de um processo de reflexão conjunta e aberta.

 

Como espaços privilegiados para o conhecimento do Homem, os museus cabo-verdianos terão de “espelhar “ o universo das suas especificidades, a miscegenação social e os entrecrusamentos culturais que o arquipélago recebeu, adaptou e reinventou nas vivências quotidianas das ilhas, levando a que o programa museológico de Cabo Verde deva contemplar a criação (por exemplo) dos seguintes espaços, que sugerimos sem qualquer preocupação de ordenamento prioritário:

 

Musealização da Ribeira Grande (Santiago)

 

Considerada a primeira cidade fundada pelos portugueses nos trópicos, importante ponto de apoio a navegação na fase da expansão marítima europeia e entreposto do comércio esclavagista, na Ribeira Grande foi também criada a diocese de Cabo Verde e Guiné, em 1533. Como se sabe, o período de florescimento e grandeza não durou muito tempo, pois bem cedo é assinalada a sua decadência, o que conjuntamente com sucessivos saques de piratas de várias nacionalidades, levou ao posterior abandono desta cidade.

 

Tratando-se de um importante marco da historia comum de Cabo Verde e Portugal, escusado será salientar o interesse da musealização desse sitio, englobando todo o conjunto de testemunhos constituídos pelas ruínas de “edifícios de prestígio da antiga urbe”, actualmente conhecida por Cidade Velha. Para tanto têm sido realizados estudos, escavações arqueológicas e consolidação de algumas estruturas, estando também em curso a organização de um plano de conjunto para a sua recuperação com o apoio da cooperação internacional.

 

Não se poderá descurar, também, a imprescindível colaboração da população residente, pois desde que previamente sensibilizada e informada, poderá contribuir positivamente para a musealização da antiga Ribeira Grande.

 

Face ao seu reconhecido valor como marco histórico de grande significado, não só para Cabo Verde mas também para o mundo, e tendo em conta o papel que desempenhou no contacto entre povos e civilizações, tal contextualização presidiu á elaboração de projectos no sentido da sua inscrição na lista dos testemunhos considerados “Património da Humanidade “.

 

 Para tanto, aquela antiga cidade-porto foi declarado Património Nacional de Cabo Verde em 1990 e criado um gabinete técnico para coordenar os trabalhos relativos a salvaguarda dos seus testemunhos mais representativos.

 

Museu de documentos especiais (Praia)

 

Embora não possua as características tradicionais de um museu, é assim denominado o núcleo museológico integrado no Arquivo Histórico Nacional, constituído por um conjunto diversificado de documentos e objectos que podem contribuir para o conhecimento de diferentes aspectos da historia e da cultura, nas áreas da cartografia, iconografia, fotografia, filatelia e numismática, relacionados com a formação e evolução da sociedade cabo-verdiana.

 

Museus das Telecomunicações (Mindelo)

 

Integra-se no tipo de “Museus de Empresa” e localiza-se nas instalações dos CTT, em São Vicente. Foi inaugurado em Janeiro de 1994, com objectivo de “guardar a memória das telecomunicações de Cabo Verde”, na medida em que aquela ilha foi, em tempos, uma “verdadeira antena no meio do mar”, não só a partir da “amarração” do cabo submarino que ligava a Europa as Américas e que tinha no Mindelo uma estação intermédia, como também através dos barcos, que cruzando o Atlântico, ali aportavam regularmente para se reabastecerem.

Neste museu procura-se preservar esta história tecnológica e sociocultural, cujas influências fazem parte integrante da identidade nacional, área que poderá ser reconstituída com base num acervo cujas peças, datando desde 1894 até ao presente, documentam a evolução dos processos da comunicação telegráfica no pais durante este período.

 

Museu Etnográfico / Etnológico

 

Trata-se de uma aspiração muito antiga, motivo porque existem diversas referências a este museu com denominações diferentes (como sejam Museu Nacional, Museu Nacional de Cabo Verde, Museu Nacional da Historia Cultural, etc.) e para cuja construção existiu mesmo um projecto elaborado pelo conceituado arquitecto brasileiro Óscar Niemeyer, num estudo que contemplava museu, biblioteca e auditório.

 

Vêm de longe os esforços envidados no sentido da concepção de um museu que possa representar condignamente o todo Nacional, mas ainda não foi possível a sua concretização, e para cuja instalação seria aconselhável um edifício construído de raiz para o efeito, caso não se disponha de um condigno espaço edificado.

 

Museu do Mar

 

No âmbito do património construído encontra-se no Mindelo um edifício chamado “Torre de Belém”, onde funcionava a antiga Capitania dos Portos de Cabo Verde, cujo interesse reside na sua semelhança arquitectónica a uma réplica do conhecido monumento lisboeta. Construído em 1918, aquele edifício passou entretanto, por diversas transformações, sem contudo ser descaracterizado no seu aspecto exterior, vindo a ser recuperado recentemente através da cooperação portuguesa.

 

 Mostra-se de todo o interesse que, respeitando a sua estrutura inicial, mas adaptando-o e se necessário acrescentando espaços adjacentes, nele venha a ser instalado o museu do mar e, possivelmente, um oceanário (à nossa escala) destinado a receber espécies da fauna marítima dos mares do arquipélago.

 

Face à importância do mar na vida dos cabo-verdianos, esta temática poderá abordar as mais diversificadas vertentes, como sejam profissões ligadas ao mar (pesca e outras), técnicas da pesca tradicional (já desaparecidas e actuais), todos os apetrechos dessa actividade, técnicas da construção naval, formas da comercialização do pescado, caça às baleias, indústria conserveira, etc.

 

 

Museus da Resistência (Tarrafal de Santiago)

 

A importância do antigo campo de concentração, instalado no Tarrafal de Santiago, não advém da sua estrutura arquitectónica, mas antes do significado histórico a ele associado, pois o conhecido presídio do Cão Bom foi criado em 1936 com a função de receber presos políticos.

 

Primeiramente utilizado para “acolher” presos anti-fascistas portugueses, a partir de 1961, passou também a receber militantes nacionalistas das ex-colónias portuguesas, só vindo a ser desactivado após a independência de Cabo Verde.

 

No sentido da reconversão daquele espaço num “Museu da Resistência”, já foram apresentados vários projectos, de entre os quais um do arquitecto Pedro Martins, que também lá esteve preso.

 

Está previsto que a obra integre várias fases, que começarão com a

 consolidação das estruturas principais da área edificada, no sentido de sustar a respectiva degradação, seguindo-se a recuperação e reutilização dos diversos espaços.

 

Com o objectivo de transmitir informações acerca do seu significado a um público bastante diversificado, criou-se entretanto um “Centro Interpretativo”, a partir da reconstrução da ex-secretaria administrativa do presídio. Neste é aprestado todo o conjunto, recorrendo a mapas, fotografias, painéis, etc., com o intuito de historiar a sua utilização ao longo dos tempos.

 

Museu de Arte Sacra (S. Nicolau)

 

Tenha-se presente que S. Nicolau foi a sede do Bispado de Cabo Verde e Guiné durante quase dois séculos, aspecto a que se acrescenta o facto de o Seminário-Liceu instalado nessa ilha ter sido o primeiro estabelecimento de ensino secundário nas antigas colónias portuguesas africanas e que formou muitos dos missionários que serviram o arquipélago e também seguiram para outros territórios e, ainda, preparou uma plêiade de intelectuais e quadros que exerceram a sua actividade em todas as áreas da administração ultramarina.

 

 Este conjunto de circunstâncias justificam que, após a  recuperação, do edifício do antigo Seminário-Liceu, o mesmo  possa ser adaptado de modo a receber um futuro “Museu da Arte Sacra”, para onde poderiam convergir todas as colecções de temática religiosa espalhadas pelo arquipélago.

 

Museu da Arqueologia Portuária (Mindelo)

 

Considerando que as companhias de abastecimento de combustíveis á navegação se instalaram no Porto Grande por volta de 1836 e que o chamado “Telégrafo Inglês” iniciou as suas funções no Mindelo através do cabo submarino em 1874, a conjugação destas duas actividades, acrescidas da reparação naval, fornecerão material de muito interesse para um possível museu ligado á temática portuária, tendo presente o importante papel do arquipélago no apoio às rotas marítimas em diferentes épocas.

 

Deste modo, o acervo do referido museu virá a integrar tanto o espólio das antigas companhias fornecedoras de combustível à navegação, a maquinaria inactiva dos antigos depósitos do carvão e diverso material da reparação naval, passando pelas inúmeras peças ligadas á marinharia que particulares possuem, como bússolas, óculos de grande alcance, instrumentos da arte de marear, “recordações” dos marinheiros, etc., os quais poderiam ser doados ou depositados nesse museu, para documentar esta vertente da evolução social cabo-verdiana.

 

Museu da Agricultura

 

Tendo em conta que ao longo dos tempos a agricultura foi, praticamente, a base económica de uma significativa percentagem da população cabo-verdiana (dependente das chuvas no “tempo das águas”).

Disso decorrem um sem número de práticas socioculturais ligadas á agricultura cabo-verdiana, tradicionalmente centrada numa economia do tipo familiar e na qual se entrecruzam as relações de compadrio, de vizinhança e de entreajuda, para ultrapassarem atempadamente os picos da faina agrícola.

 

Este conjunto de situações impõe a necessidade da criação de um museu ligado á temática agrícola, tentando preservar os instrumentos e métodos tradicionais de trabalho relacionados com esta actividade e sua evolução face a introdução de novas tecnologias (moto-mecanização, sementes seleccionadas, cruzamento de variedades, combate às pragas e animais daninhos, controlo fito-sanitário, sistemas de rega, amostras e análises de terras, luta contra a desertificação, etc.), para além do registo das manifestações festivas e simbólico–religiosas, com o objectivo de retratar todas as vertentes da actividades agro-pecuária, indispensáveis para o profundo conhecimento do Homem Cabo-verdiano.

 

Museus da Industria Salineira (Sal)

 

Alguns historiadores são de opinião que o arquipélago de Cabo Verde já era conhecido antes da chegada dos portugueses devido á importância do sal, na altura produto muito escasso nas regiões africanas defronte.

 

Supõe-se mesmo ter sido a presença daquele “tempero” a quando do achamento que terá dado o nome á ilha do Sal, onde a exploração salineira constituiu durante bastante tempo um dos seus principais recursos económicos, visto ser então largamente exportado para muitos destinos.

 

No entanto, com a instalação de salinas noutros países africanos e devido aos elevados custos do transporte do sal, essa indústria deixou de ser compensatória e entrou em decadência, levando a que muitas das instalações fossem desactivadas.

 

Como ainda existe diversa maquinaria e equipamentos dantes utilizados na laboração, torna-se possível projectar um museu dedicado a industria salineira, que reconstituísse não só a cadeia operatória e sua evolução, mas ainda toda a actividade social ligada a este campo, incluindo os aspectos relacionados com as migrações de trabalhadores inter-ilhas.

 

Núcleos Museológicos

 

De entre as várias estruturas museológicas passíveis de criação, encontram-se algumas que, pelo seu âmbito e dimensão, supomos não atingirem o estatuto de Museu (com base nos conceitos da museologia actual).

 

Merecem, assim, referência (por exemplo) “Museu das Festas ” (Fogo),  “Museu da Tabanca “ (Assomada), “ Museu das Romarias” (Porto Novo), “ Museu do Carnaval” (Mindelo), “Museu da Cerâmica” (Boa Vista), “Museu da Arqueologia Subaquática” (Santiago, Boavista, Maio), “Museu de Vulcanologia” (Fogo), entre outros, os quais deveriam   constituir pólos ou antenas de um “Museu em Rede”.

 

Outra proposta prende-se com um museu dedicado primordialmente  às migrações, depois de convenientemente planeado e estruturado de modo a receber adequadamente as colecções integradas nesta temática, tendo sempre em conta a implementação da imprescindível interligação dos vários aspectos socioculturais do arquipélago, bem como as influências das migrações na vivência da sociedade cabo-verdiana.

 

Rede de Museus

 

  Sendo Cabo Verde um território arquipelágico que (apesar da forte insularidade) possui uma identidade cultural própria, este aspecto possibilita a criação de uma rede de museus para apresentar os testemunhos da nossa herança comum de maneira interligada e baseada num sistema mais económico e eficaz.

 

Antes de mais, convêm esclarecer que entendemos por rede de museus a trama diversa de titularidades, âmbitos territoriais e conteúdos temáticos que afectam diversos museus e colecções, ou seja, o conjunto de instituições e de núcleos museológicos que, num território caracterizado por uma historia e um património comuns, cooperem num sentido solidário, com vista   à melhor gestão de recursos e de serviços.

 

Dado se pretender lançar em Cabo Verde as bases para um programa museal coerente, o Pais encontra-se ainda numa posição que lhe permite, através de um cuidado planeamento, criar um sistema museológico em rede. De facto, tendo presente os condicionalismos locais, sem uma eficiente planificação, dificilmente as instituições a serem criados corresponderão    aos requisitos da realidade sóciocultural em que se inserem e daí a necessidade do prévio diagnóstico das situações consistir, precisamente, o ponto de partida para a programação museal que se deseja actualizada e eficiente.

 

Um elemento básico desses estudos preliminares consiste na realização de aprofundados inventários do património (nos diversos campos e perspectivas), visto constituírem os fundamentos do trabalho museal, não só para o real conhecimento dos suportes culturais dos referidas instituições, como também por possibilitarem o enriquecimento das suas colecções.

Outra vertente importante resultará da posterior valorização dos testemunhos culturais através da sua relação com o desenvolvimento, nomeadamente as actividades turísticas, a partir da respectiva integração em circuitos e roteiros, acompanhados da identificação dos locais, com a sinalética apropriada e a possível realização de visitas guiadas.

 

Por tudo isso, o estabelecimento de uma rede de museus deverá ser projectada de molde a que os mesmos (e seus núcleos ou antenas    integrantes) exprimam uma complementaridade temática que vá ao encontro dos diferentes público-alvo (tanto mais que se torna necessário definir caso a caso a tipologia a implementar no respectivo funcionamento).

 

No que toca a Cabo Verde, os parceiros que, potencialmente, integrariam uma rede de museus, repartem-se por Governo, Municípios, Associações de Municípios, empresas/mecenas e população em geral, cujo empenhamento poderá variar consoante o seu estatuto e nível de participação no apoio financeiro, técnico e organizativo, utilização de equipamentos e serviços, redistribuição de colecções, animação, etc.

 

Aproveitando os acordos de cooperação estabelecidos entre Cabo Verde e diversos países, poderá ser dinamizada a colaboração com organismos estrangeiros (p.e.) no domínio das técnicas e da formação nas áreas da conservação, da museologia e da museografia, celebrando, se necessário, protocolos com instituições públicas ou privadas (estrangeiras), que tenham por objecto a conservação, estudo, exposição, edição e outras formas de preservação e divulgação do património cultural.

 

Registe-se que as linhas de acção definidas para o sector em apreço

 (designadamente a defesa, valorização e divulgação do património cultural) visam uma melhor gestão e rentabilização dos recursos disponíveis de maneira a que, embora escassos, garantam as perfeitas condições de funcionamento da rede de museus numa perspectiva que vá ao encontro dos interesses da população em geral. 

 

Em resumo e tendo em conta os princípios anunciados, poderão ser delineados como objectivos gerais para a Rede Cabo-verdiana de Museus:

 

  • Respeitar e promover a diversidade cultural do panorama museológico cabo-verdiano;
  • Implementar a divulgação sistemática dos projectos e  realizações das actividades de característica museal;
  • Rentabilizar recursos logísticos, técnicos, científicos e financeiros;
  • Recomendar e divulgar boas práticas museológicas, evidenciando os benefícios que a sua adopção poderá trazer;
  • Incentivar o desenvolvimento de uma melhor gestão das entidades de índole museal, nomeadamente no que respeita ao estudo, à conservação e à divulgação do respectivo acervo;
  • Prover a qualificação dos espaços funcionais das entidades de carácter museal, tendo em conta a especificidade dos respectivos programas ;
  • Promover a qualificação dos serviços técnicos e das actividades dirigidas aos diferentes públicos por parte dos museus,
  • Valorizar a interdisciplinaridade, o profissionalismo e a especialização nas diversas vertentes da actividade museológica;
  • Estimular o recurso a pessoal qualificado por parte das tutelas das entidades museológicas;
  • Fomentar oportunidades de partilha e de cooperação entre os profissionais do sector e entre as entidades de carácter museal, mediante o desenvolvimento de projectos comuns e o intercâmbio de actividades e de serviços.

 

(In Artiletra n.º 79, Novembro/Dezembro de 2006)